Mas a palavra final vocês podem obter
lendo o interessante artigo abaixo. E cada um de nós pode por em prática o seu “lado
cortês” e difundir estas ideias.
Cortesia saiu de moda?
Gentilezas que vão além das regras da boa educação
parecem cada vez mais raras no dia a dia. Há como trazê-las de volta?
Verônica
Mambrini- Redação | 22/07/2012 08:00:00
Ninguém discute que a vida está mais rápida, agitada e cheia de
informação. Também é fato consumado que as cidades grandes obrigam muita gente
a viver espremida e estressada. Existe espaço nesse cenário caótico para a
cortesia ou ela caiu de moda?
“Eu não diria que ela saiu de moda, mas que está um pouco esquecida”,
diz Vanessa Barone, consultora de etiqueta e autora do livro “Descomplique – um
guia de convivência e elegância” (editora Leya). “É um retrato da nossa época.
O excesso de gente, de trabalho, os horários apertados, tudo isso faz você
pensar em si mesmo, antes de mais nada”, acredita a consultora. “Mas todo mundo valoriza a cortesia e quem é
cortês.”
Parece difícil ser cortês no meio de tanta correria, mas Vanessa acha
perfeitamente possível. “Cortesia não faz você perder tempo. Quantos segundos
você acha que perderia em 24 horas se tivesse a cortesia de parar antes da
faixa para o pedestre atravessar em paz e ainda cumprimentá-lo com um sorriso?
Quase nada”. Para ela, cortesia é um treino: quanto mais se pratica, mais
internalizada fica e, portanto, mais natural e fácil.
A professora de história, Flor Martha Ferreira, que dá aulas de bons modos e cortesia para crianças e adolescentes há
dez anos, explica que, apesar de usarmos a cortesia como sinônimo de bons
modos, o termo vem do comportamento dos nobres na corte e estaria ligado
diretamente a um jeito 'civilizado' de viver em grupo. O jeito elegante dos
nobres e dos fidalgos. “Neste sentido,
não pode ser confundida com boas maneiras ou regrinhas sociais, cortesia tem a
ver com valores humanos”, conclui a professora. De fato, o dicionário
Houaiss, define cortês como: adj.: 1. da corte (‘cidade’); 2. refinado,
civilizado, urbanizado ‘pessoa de hábitos’; 3. fig. delicado nas palavras e
ações; gentil ‘homem cortês’.
“Perdemos os hábitos porque perdemos
a consideração pela pessoa humana; se quisermos recuperar a cortesia, teremos
que priorizar as pessoas mais do que as coisas, o bem estar de todos, mais do
que os interesses pessoais, o altruísmo, mais do que o egoísmo",
acredita Flor Martha.
Qual a diferença, na prática, então? “Uma pessoa corrupta pode até dizer
“obrigado”, ter gestos educados ou agradar com gentilezas, mas não é cortês
porque não tem respeito pelo outro”, exemplifica Flor. Em geral, a cortesia anda em paralelo com os
valores religiosos e morais. A base da cortesia no mundo ocidental são os
preceitos cristãos de caridade e de amor ao próximo, avalia a professora.
Ela acredita que seja possível fazer um resgate por esse caminho. “É só
ensinar boas maneiras junto com virtudes humanas”, afirma Flor. E quanto mais
cedo, melhor, de acordo com Vanessa: “Depois de adulto, você pode ensinar
regras de etiqueta, mas não é tão natural. Cortesia
é algo que passa pelo processo da educação e pelos exemplos. Não adianta querer
que seu filho seja cortês, se você não for”, diz a escritora.
E quem está ao nosso redor? Se você já está fazendo sua parte, vale a
pena dar uma “cutucadinha” delicada, ensina Vanesssa. “Quem entra no elevador
antes de você sair deixa claro que não está vendo você. Tem gente que não
enxerga o outro. É impressionante. Eu não consigo esconder meu
descontentamento. Costumo fazer cara feia ou dar um toque verbal, de leve.”
Sempre, claro, sem ofender nem atacar ninguém.
As regras valem também nos relacionamentos mais íntimos. A mulher que
reclama que seu companheiro não é cortês, por exemplo, pode tomar a iniciativa.
“Eu diria que a mulher deve dar uma paradinha antes de entrar no elevador para
dar uma chance do parceiro fazer um gesto cortês.”, explica a autora de
“Descomplique”. “Se ele não fizer o gesto educado, o problema não é dela. Mas
ao menos ela cobrou respeito.”
Esperar o comportamento delicado e gentil é uma forma de se respeitar.
“Quando seu parceiro não enxerga você dessa forma delicada, vale a pena
discutir esse ponto da relação. Se você apoia a pessoa, é justo esperar que ela
ofereça ajuda com a sacola mais pesada, por exemplo”, afirma Vanessa. E não é
questão do outro ter ou não capacidade de carregar a sacola. Trata-se de
mostrar que você se importa com seu bem-estar.
Ao seguir esses princípios, a cortesia fica mais natural e passa a fazer
parte do dia a dia. Sem nem precisar decorar regrinhas como quem deve andar do
lado mais externo de uma calçada, quem deve levantar primeiro para cumprimentar
um conhecido ou a quem cabe oferecer ajuda para carregar compras pesadas.
Principe William protege a esposa da chuva |
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