O vento da modernidade também soprou sobre Cotia provocando muitas
transformações... Mas... O que está aparecendo é o despertar de uma juventude que caminha em direção oposta ao legado da velha sociedade que chega ao seu fim. Quer dizer, [já se foi a época] dos adeptos de maio de 1968 [revolução studantil anárquica], e de sua ideologia relativista do "politicamente correto". De agora em diante, essa juventude quer escrever uma
nova História.


domingo, 27 de novembro de 2011

Homeschooling e A. P. F.


     Tema que está muito em pauta, o homeschooling (aprendizado escolar domiciliar) merece debates, reflexões, iniciativas esclarecedoras e defensoras de tal método de ensino às crianças. Os pais zelosos pela educação moral e intelectual de seus filhos veem com apreensão a contínua decadência dos ambientes escolares quanto a disciplina e a moral, e a duvidosa eficiência dos atuais métodos de ensino.
     O problema não é novo... infelizmente!... Sugerimos que leiam com atenção a notícia que segue, e especialmente o artigo A.P.F. É a constatação de que os mentores de uma instrução alheia aos princípios  é coisa que vem de longe...

O homeschooling está liberado no Brasil!
Por Henrique Cunha de Lima

     Explico. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os tratados internacionais devidamente ratificados pelo Congresso Nacional têm status supralegal. Isso quer dizer que esses tratados são hierarquicamente inferiores à Constituição (lei positiva máxima), mas superiores às demais leis. Ora, o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), que é uma lei ordinária, diz: "Os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino" (art. 55). Mas a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção Americana dos Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), que são tratados internacionais ratificados pelo Brasil, dizem o contrário e, portanto, prevalecem: "Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos" (artigo 26.3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos); "Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções." (Artigo 12.4 da Convenção Americana dos Direitos Humanos).
     Ambos os textos são claríssimos. Repito: esses tratados são hierarquicamente superiores ao ECA e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Com efeito, não só o ECA e a LDB, mas qualquer outra lei que impeça o homeschooling perde a eficácia, pois os tratados mencionados têm status supralegal. Portanto, juridicamente, não há nada que proíba os pais de adotar o homeschooling para os filhos. E mais: outro direito que se depreende das aludidas normas é o de rejeitar qualquer conteúdo ministrado nas escolas regulares que seja considerado impróprio pelos pais, como o famigerado kit gay, por exemplo.
     Vimos que não há qualquer óbice jurídico ao homeschooling no Brasil. Sendo assim, os pais poderiam adotar o método da educação em casa desde já, sem que para isso fosse necessária qualquer mudança legislativa.
     Porém, a coisa é um pouco mais complicada. O problema, quase sempre, é fazer valer esse direito dos pais. Os diplomas internacionais citados, plenamente vs e eficazes no Brasil, são ignorados até pelos juízes, que continuam a usar o ECA para forçar a matrícula das crianças. Os empecilhos são muito mais políticos, culturais e ideológicos do que jurídicos. Mas creio que nem tudo está perdido.
     Cabe aos pais zelosos recorrer aos tribunais contra a tirania. Quanto mais processos houver, quanto mais o tema for ventilado na imprensa, na internet e nas esquinas, maior a chance de obter resultados favoráveis.
     Trata-se de uma guerra cultural a ser travada, com boas possibilidades de vitória. Afinal, não deve ser difícil compreender que a educação é assunto da família e da sociedade, não de burocratas do estado.

Henrique Cunha de Lima é procurador de Ministério Público de Contas do Estado do Rio de Janeiro
 


A. P. F.

    O problema do ensino secundário é, hoje em dia, a "bête noire" de quantos se ocupam realmente de sociologia e de problemas administrativos e políticos no Brasil. Evidentemente, não falta entre nós uma certa categoria de sociólogos que lêem os problemas estudados por seus congêneres da França, da Alemanha ou dos Estados Unidos e que, muito gravemente, se põe a discorrer sobre eles com a certeza plena de que existem entre nós com as mesmas modalidades e com o mesmo grau de importância com que os pintam os livros de sociologia do exterior. Mas a sociologia autêntica, aquela que não se contenta com divagações de gabinete mas desce à realidade a fim de a estudar objetivamente, esta se alarma hoje em dia com a questão do ensino secundário, vendo nela já não um problema corriqueiro e de fácil solução, mas um câncer devorador que se instalou no âmago de nossos mais fundamentais interesses e que cumpre extirpar quanto antes, a fim de evitar para o Brasil um futuro que, sem qualquer pessimismo, se poderia chamar catastrófico.
    Esta questão do ensino secundário tem sua história. E parece-me que esta história vale a pena ser contada pois que ela entra, agora, em uma fase promissora e brilhante, que devemos encarar com a mais legítima e sadia satisfação.
* * *
    De há muito, o problema do ensino secundário existe e se vem agravando. No tempo já distante – entre 1921 e 1926 – em que fiz meu curso ginasial, já fui uma vítima dos erros deploráveis que, de lá para cá, tem tido um desenvolvimento terrível, calculável apenas nas cifras astronômicas.
    Lembro-me perfeitamente da indignação com que meus colegas e eu nos submetemos às exigências francamente arrasadoras dos programas oficiais. Alguns exemplos darão disto uma idéia.
    No curso de Geografia, éramos forçados a decorar – sob pena de uma inexorável reprovação – todos os nomes de rios, lagos, montes, montanhas, riachos, montículos e até quase das simples poças de água que demarcavam os limites do Brasil com os demais países e os dos Estados uns com os outros. Acrescenta-se a isto que nosso país é dos mais extensos do mundo, que além disto ele tem 21 Estados com fronteiras internas intermináveis, e ter-se-á a idéia do esforço inútil que se exigia dos pobres ginasianos de meu tempo.
    Em História do Brasil, havia um erro análogo. Éramos, por exemplo, forçados a decorar o número exato e as diversas variedades das embarcações que compunham as expedições que vinham ao Brasil. Entretanto, em geral, ignorávamos a distinção entre "chatas", "navios redondos", buques, caravelas, etc. Tínhamos que saber na ponta da língua todas as datas dos menores motins ou das datas mais insignificantes da vida de nossos principais homens de Estado. Entretanto, não restava nem sequer aos professores os mais competentes e sintéticos, o tempo necessário para uma explicação inteligente e interessante dos acontecimentos históricos, porque a decoração papagaiesca exigida pelo programa tomava todo o tempo.
    Em matéria de ciências naturais, o caos era completo. Só de botânica, tínhamos, se me não engano, mais de 200 pontos. Não havia animálculo marítimo ou avesinha do mais remoto recanto da China cujo nome não devêssemos decorar. E botânica e zoologia eram apenas capítulos da História Natural que tínhamos de ingerir! Quanto à química, o fracasso era total: devíamos saber fabricar... teoricamente, é claro, todos os corpos e decorar todas as possíveis reações, com grande indignação minha, pois que eu não podia deixar de refletir que minha inclinação era para a advocacia e não para o mister de farmacêutico ou de tintureiro!
    De lá para cá, é incalculável como se tem agravado a situação. Abarrotados de uma ciência inteiramente oca, e ocos de uma ciência autêntica, nossos jovens ginasianos concluem em via de regra seu curso com uma verdadeira ojeriza ao estudo, e adquirem o hábito péssimo de considerar as aulas como uma amolação supérflua a que se deve submeter um aluno, para obter um diploma lucrativo. De sorte que todo o segredo consiste em tornar as aulas mais atraentes por meio da prosa e da indisciplina, e os exames mais fáceis por meio da cola.
* * *
    Como em geral acontece entre nós, todo o mundo gemia indolentemente a respeito de uma tão grande soma de males, e tudo continuava na sua marcha habitual.
    O Pe. Arlindo Vieira S.J. foi a figura central de uma campanha salvadora que rompeu este marasmo criminoso. Pela Imprensa, pela ação individual junto a nossas altas autoridades, pelas suas relações com elementos de grande valor no ensino privado, e sobretudo pela sua grande cultura e pela preciosa experiência colhida nos Colégios da Companhia de Jesus, que estão sempre na primeira plana dos que entre nós existem, moveu ele uma luta de vida e de morte contra tais abusos, ferindo muitas vezes susceptibilidades ilegítimas e interesses inconfessáveis, mas prestando, com seu esplêndido desassombro, à Igreja e ao Brasil, um serviço à altura das tradições do hábito religioso que veste.
    A grande vantagem da campanha do Pe. Arlindo Vieira foi de criar um estado geral de descontentamento, ou melhor, de transformar em um vigoroso movimento de opinião e descontentamento sonolento e apático que dominava toda a população. Não faltou neste sentido, quem qualificasse sua belíssima campanha de destrutiva, e não de construtiva. É que a certos olhos de uma inigualável miopia não acode a reflexão de que, no Brasil sobretudo, o primeiro passo para se encontrar a solução de um problema consiste em mostrar que o problema existe, em criar a propósito dele um geral descontentamento, a arregimentar um movimento sério, para dar finalmente a este movimento a bandeira de uma obra realmente construtora.
    Há homens que não sentem a gravidade da situação em que se encontram, qualquer construção parece difícil e até irrealizável, porque conservam a esperança de que as coisas se arranjarão por si. O primeiro passo para se resolver um homem a agir construtivamente é indigná-lo contra os males que o afligem. A firmeza de seu propósito regenerador, a energia com que procurará o remédio salvador está na proporção de seu descontentamento contra o seu mal.
    E essa obra foi o primeiro passo da realização do Pe. Arlindo Vieira.
* * *
    Chegou, entretanto, agora, a fase da colheita. O grão da boa doutrina já foi semeado, o fermento da ira santa já foi disseminado. Hoje em dia, graças a esta campanha de que o Pe. Arlindo Vieira foi a expressão mais nítida e característica, na massa das famílias brasileiras uma reação se esboça.
    E por isto fundou-se no Rio de Janeiro a "Associação dos Pais de Família", que se propõe o programa de lutar pelos princípios das Encíclicas "Casti Connubii" e "Divini Illius Magistri", contra os desregramentos alucinantes da nossa legislação sobre ensino secundário.
    Essa associação, que segundo o hábito carioca está sendo designada mais brevemente como A.P.F., é a cúpula da obra grandiosa do Padre Arlindo Vieira. Propõe-se ela levantar pelo Brasil inteiro uma verdadeira cruzada contra nossos males atuais de tão profundas repercussões sobre a formação religiosa e moral da infância.
    Perante esta cruzada, não poderá haver simpatizantes apáticos e ineficazes. A sua causa é uma causa nacional. Mais ainda pela sua relação com a causa da Igreja, ela se eleva à altura de uma verdadeira guerra santa. E, diante de uma guerra santa, não há simpatizantes: há desertores ou soldados.
    Atendendo com imenso prazer a um apelo que lhe foi dirigido, o "Legionário" se alista desde já como cruzado desta grande guerra, mais importante talvez do que muita luta cruenta que nossa registra. E ao mesmo tempo convidamos ardentemente nossos leitores a que sigam nosso exemplo.História

Plinio Corrêa de Oliveira, Legionário, Nº 361, 13 de agosto de 1939

domingo, 20 de novembro de 2011

Muitos? Ou poucos? e o Voo-cachorro

     Em julho de 1995 a revista Catolicismo publicava o artigo abaixo, três meses antes do falecimento do seu admirável autor.
     Por que reproduzimos aqui este Ambientes/Costumes/Civilizações?
     Simplesmente pela atualidade dos comentários no que se refere ao parágrafo “Opinião Pública”. Quantos hoje em dia são capazes de ler, analisar e tirar suas próprias conclusões dos fatos nacionais e internacionais, ou mesmo individuais?
     A grande maioria lê ou assiste na TV o noticiário e “engole” o que a mídia apresenta e da forma que ela apresenta. E muitas vezes (e quantas!) suas análises estão “comprometidas” com algum (ou alguns) setor que nada tem a ver com uma posição inspirada nos princípios morais que há séculos orientaram a sociedade humana. Ou seja, os Mandamentos da Lei de Deus.
     Para termos uma visão mais eivada do Catolicismo autêntico é preciso que nos informemos em fontes confiáveis e não nos deixemos “deslumbrar” por aparentes “sábios”, que não estão interessados na salvação de nossas almas.
     O segundo artigo dispensa comentários!... 
 
Muitos? Ou poucos?
 
     Esta fotografia e o presente comentário terão muitos ou poucos leitores? É o que Catolicismo se pergunta, entregando à apreciação do público o quadro do pintor alemão Wilhelm Maria Hubertus Leibl.
     Die Dorfpolitiker (Os políticos de aldeia) é o título da pintura que apresenta o conciliábulo entre notáveis de uma aldeia alemã no final do século XIX.
     Como se vê, a conversa em que estão engajados começou de há muito. No instante em que o pintor surpreendeu o grupo, havia um silêncio meio feito de reflexão e meio de cansaço.
     Todos se calam. Não de um silêncio amuado, nem de um silêncio que exprime o desejo de dar por terminado o conciliábulo. Muito pelo contrário, eles estão aí sentados compreendendo que, com intervalos destes, a reunião ainda pode demorar muito tempo dentro da tranqüilidade geral da aldeia.
     Eles estão debatendo temas locais, e a opinião comum a que chegarem será aceita por todos os habitantes da cidadezinha. Pois esta gente sabe discordar para concordar.
     Sendo de um primitivismo cultural que confina com o analfabetismo, talvez alguns deles não saibam escrever e nem sequer ler, mas todos sabem - cada qual a seu modo - observar, refletir, discordar e por fim concordar.
     Pela tranqüilidade do ambiente, percebe-se que sairá um acordo sólido, estável, produzindo contentamento geral na aldeia.
     Opinião pública? Sim, porque começa por ser opinião. Basta examinar cada fisionomia para se ver que cada um tem, a seu modo, opinião formada e, muito mais do que isso, um hábito de formar opiniões. Essa opinião não é pré-fabricada por um jornal com tiragem de milhares de exemplares cotidianos, mas cada um tem dentro de si um linotipo interior em que acaba compondo as suas próprias frases que não serão escritas, que serão depois dadas na reunião.
     Um lê, os outros olham, todos refletem. Bastaria haver distribuição de um pouco de cerveja entre os presentes para que o colóquio se animasse, e desabrochasse em pouco tempo o acordo.
     Pergunta para o leitor brasileiro: Entretém-se ele em fazer uma interpretação como esta, de personagens, atitudes, idéias e resoluções? Deseja ele que Catolicismo, de quando em quando, publique alguma outra matéria deste gênero? Ou prefere que ela desapareça de nossas páginas?
 
Catolicismo - julho 1995 - Plinio Corrêa de Oliveira
 

Voo, cão e Civilização Cristã

     Caminhando pelas ruas do meu bairro noto o aumento da afluência de pessoas levando seu animal de estimação para passear ou mesmo como acompanhante no trajeto para uma compra. Passeadores de pets cruzam e parece ser a profissão que não experimenta recessão, pese a crise econômica mundial. Talvez daqui a pouco teremos que pedir permissão para poder transitar pelas calçadas, haja vista que as guias com as quais os passeadores seguram os pets tolhem sem cerimônia a nossa passagem como se as ruas e calçadas públicas fossem primordialmente deles, pois seus “pais” – alguns chamam seus cachorros de “filhos” – parecem querer fazer-lhes as vontades. Como se já não bastassem as calçadas esburacadas e cheias de obstáculos orgânicos e inorgânicos.
     Passada a aventura de transitar pelas calçadas – tão perigosas quanto o leito carroçável desta metrópole paulistana -, sento-me diante do monitor do meu computador para acompanhar os acontecimentos diários pelos sites de notícias e uma imagem me chamou a atenção.
     Um cão da raça Irish Setter, ou alguma variante, confortavelmente sentado em uma espaçosa poltrona de avião sendo servido por uma prestimosa aeromoça trajada com impecável tailleur. Com o guardanapo de serviço azul no braço esquerdo, ela apresenta um prato de porcelana quadrado e fundo com uma iguaria disposta harmoniosamente e agradável pelas formas e cores. Sorrindo sempre, serve olhando para o cão esperando pela aprovação do cão que está em atitude senhorial.
     O leitor poderá conferir na reportagem propagada “Voo bom para cachorro” com subtítulo mais que descritivo: “Empresa americana acompanha animais de estimação em voos privados”1.
     Carol Martin, ex-comissária de bordo americana e fundadora da Sit ‘n Stay Global, uma empresa que oferece tratamento vip para os pets em viagens privadas garante: “tenho certeza que qualquer cliente que leva seus cachorrinhos para um voo acha que ele é um membro da família e gostaria que ele recebesse toda a consideração caso ficasse doente em um avião”.
     Carol também crê que os cuidados que se prestam aos humanos devem ser igualmente prestados aos animais incluindo “entrevistas” para as comissárias estarem cientes de suas condições médicas e gostos. Os pets, na empresa de Carol, são dispostos em assentos especiais, máscaras de oxigênio e um equipamento para flutuar, em caso de acidente aéreo. E importante: a limpeza do ambiente é feita apenas com produtos recomendados para pets.
     Exageros à parte, devemos considerar o fim a que se destina o homem, a sociedade. Certamente não é a busca da felicidade dos animais como parece indicar os exageros produzidos por esta sociedade dita moderna. É preocupante vislumbrar para onde aponta a aceitação dos princípios subjacentes ao comportamento de considerar os animais como membros da família e dignos de tratamento que muitas vezes nem humanos recebem: a construção de uma nova civilização… civilização? Será mesmo uma civilização? O que é civilização?
     Buscando aprimorar esse conceito encontrei no inesgotável e rico cabedal de princípios e ensinamentos de Plinio Corrêa de Oliveira os fundamentos para esse conceito. Transcrevo-o abaixo2:
O que é uma civilização?
     Não vou me perder aqui em análises de caráter doutrinário a respeito das várias acepções que a palavra “civilização” tem. Eu tomo apenas um elemento comum a todos os sentidos da palavra civilização, e este elemento é a idéia de uma determinada ordem de coisas, que é considerada no seu conjunto, desde os seus aspectos mais elevados no plano religioso e cultural, até seus aspectos mais triviais, no plano puramente material.
     Quando essa ordem de coisas é inspirada por determinados princípios, ela constitui uma civilização que se caracteriza, se diferencia das outras civilizações modeladas segundo princípios diferentes. Uma civilização cristã é aquela que é modelada pelas grandes convicções, pelas grandes inspirações, pelas grandes esperanças, quero dizer, pelas grandes normas morais que Nosso Senhor Jesus Cristo trouxe à terra e das quais a Igreja Católica é a mestra infalível, a mãe, a guia a dispensadora da vida através dos Sacramentos.
     A civilização cristã cria condições para que as almas conheçam melhor a Igreja. A Igreja está para a civilização cristã – mais ou menos, para empregar uma analogia que tem o imperfeito de todas as analogias – mais ou menos como a alma está para o corpo. A Igreja fora de uma civilização seria um pouco comparável a uma alma sem corpo. E uma civilização fora da Igreja é francamente comparável a um corpo sem alma.
     A ordem perfeita consiste em que a Igreja modele uma civilização através da qual Ela possa fazer todo o bem para os homens; uma ordem temporal, portanto, que A ajude a fazer todo bem para os homens. E é, de outro lado, uma civilização que merece ser chamada cristã enquanto ela realiza as condições de vida plenas, indicadas, preceituadas por Nosso Senhor Jesus Cristo.”
     Medidas e pesadas essas sábias palavras, podemos inferir quais atitudes e disposições, dentre tantas outras, que devemos assumir como lutar pela renovação de uma ordem temporal aplicando os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, recebidos através do magistério da Igreja. Assim tudo poderá ser restabelecido em seus devidos lugares. Emitte Spiritum tuum et creabuntur, et renovabis faciem terrae – Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado e renovareis a face da terra (Antífona da festa de Pentecostes).
_________________________________
2.  Mensagem aos Correspondentes Esclarecedores da TFP norte-americana (http://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_19821027_AcausadaCivilizacaoCrista.htm)


sábado, 12 de novembro de 2011

A Catolicidade da Princesa Isabel vista por um bisneto

     No dia 29 de novembro de 2011, realizar-se-á o Painel: A Catolicidade da Princesa Isabel vista por um bisneto.
     Veja quem são os participantes do painel e considere como é boa a fonte das informações:
1. Dom Bertrand de Orleans e Bragança – dispensa apresentações. Ele é simplesmente o bisneto da Princesa Isabel. Nada como ter informações muito próximas da fonte.
2. Prof. Hermes Rodrigues Nery, historiador, vereador em São Bento do Sapucaí – SP – (contará detalhes sobre a história da Princesa)
3. José Carlos Sepúlveda da Fonseca – (Nobreza e Elites: seu papel na formação, sustentação e salvaguarda da sociedade).
Neste painel serão revelados e comentados episódios marcantes da vida da Princesa Isabel, a Redentora.
Espero que você não perca esta exposição exclusiva sobre uma parte da história do Brasil que mudou para sempre o quadro político e social do País
data: 29 de novembro de 2011
horário: 19h (recepção) - 19h30m (início da palestra)

local: Golden Tulip Paulista Plaza
           Alameda Santos, 85 - Jardins
           São Paulo-SP

Increva-se (sem custo algum) aqui: http://www.ipco.org.br/home/princesa_isabel?origem=1




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Princesa e o comunista

Princesa Paley em traje de gala
     A virtude pode florescer em qualquer classe social, entre ricos ou pobres, seja entre pessoas com uma educação esmerada, seja sem ela. Mas, onde quer que exista, a virtude propende a levar a um aperfeiçoamento das maneiras exteriores de portar-se e dos modos de ser dos indivíduos e das famílias. Assim, um homem ou uma mulher que progridam na virtude, qualquer que seja sua condição social ou econômica, tenderão a ser mais bem educados e mais corteses no trato do que eram antes. A virtude é uma árvore frondosa que produz flores de civilização temporal e frutos de salvação eterna. A conversão religiosa e moral dos bárbaros nos primórdios da Idade Média, por exemplo, trouxe como consequência a esplêndida civilização temporal cristã, em que os costumes oriundos da barbárie aos poucos foram sendo substituídos por outros cheios de esmero, de delicadeza mesmo e de brilho social.
     Nada há mais contrário à virtude cristã do que o comunismo. Assim, não espanta ter ele procurado tornar oficial, desde seu advento na Rússia, um modo de ser e de portar-se que pouco faltava para assemelhar-se ao dos animais selvagens. A cena, cuja descrição colocamos a seguir sob os olhos dos nossos leitores, fala por si.
*
 
     Dentre os nobres assassinados pelos bolcheviques, de 1917 a 1919, estava o Grão-duque Paulo Alexandrovitch, tio do Czar Nicolau II. Sua esposa, conhecida como Princesa Paley, tendo conseguido depois fugir com suas filhas, em 1919, para a França, lá escreveu suas memórias: “Souvenirs de Russie”, Plon, Paris, 1923.
     Quando da prisão de seu marido, em agosto de 1918 – após um longo processo de perseguição e confisco de bens – foi ela, juntamente com o Dr. Obnissky, médico do grão-duque, pedir a libertação deste. Para isso, dirigiram-se à temível Tcheka de São Petersburgo (hoje Leningrado), onde haviam conseguido uma audiência com o comissário do lugar, Moisés Salomonovitch Ouritsky, à uma hora da tarde. Chegaram com antecedência, o salão de espera estava cheio.
     Sentamo-nos num canto. Novas pessoas chegavam, de tempos em tempos ... um contínuo pronunciava um nome e novo visitante era introduzido no aposento. Uma hora, duas horas, três horas se passaram. Eu notava que não apenas aqueles que chegaram antes de mim, mas também muitos dos que chegaram depois, haviam partido há muito tempo.
     A Princesa preocupava-se com o médico, confusa de o privar do almoço e de o fazer perder seu dia. Quatro horas, cinco horas. Às cinco e meia, eu sentia uma fúria surda subir dentro de mim. Eu percebia que aquele ser odioso agia de propósito, para desprezar-me, atormentar-me, para me ridicularizar. Por fim, às seis horas e um quarto, quando não havia mais ninguém, o contínuo chamou: a cidadã Paley e o cidadão Obnissky.
     Penetramos no salão vermelho no qual, sentado ante uma mesa, Ouritsky escrevia. Ele levantou a cabeça e dirigindo-se ao doutor, num tom duro e autoritário: - O que quereis, o que necessitais?
     Tendo o médico declarado que queria ver seu paciente, foi-lhe negada peremptoriamente tal permissão e teve de retirar-se.
     Depois, voltando-se para mim: - Quanto a vós, senhora, sentai-vos, eu a atenderei num instante.
     Ele apertou um botão e um homem apareceu com uma bandeja que colocou sobre a escrivaninha. Eu estava sentada em frente dele, do outro lado do escritório.
     Ouritsky se pos a tomar sua sopa, um prato cheio. Ele a tomava avidamente, como um glutão, lançando no prato grandes pedaços de pão que mastigava fazendo ruído. Ele se serviu de um grande copo de vinho vermelho, que tomou de um trago. Terminada a sopa, ele se apoderou de um prato cheio de pedaços de vitela e de batatas regados com molho de tomate. Um silêncio profundo reinava, não se ouvia senão o ruído da mastigação daquele ordinário. Apesar da dor, da angústia, do cansaço, da fome, eu olhava para esse ser odioso e me sentia tomada por uma insensata vontade de rir. Eu pensava: - Tu crês que me humilhas conduzindo-te assim como um boçal que és; se soubesses como isso me é indiferente e quão profundamente eu te desprezo!
     Eu esperei certamente 25 minutos para que o ogro [ser espantoso] apaziguasse sua fome. Ele devorou ainda alguma coisa, uma torta de maçã, creio; depois, enxugando seus lábios engordurados e carnudos, me disse: - Agora, senhora, eu vos ouço. (pp. 230-2).
     Evidentemente, o comunista nada concedeu aos justos reclamos da Princesa. Mas mostrou bem quem ele era!
 
A Princesa com a família
Fonte: Catolicismo, dezembro de 1990 (excerto).
 
*
     Ao chegar ao sanatório de Ranha, fui recebida pelo Doutor Gabrilovitch, que me disse que as minhas filhas não tinham sido avisadas da minha chegada.
     - Eu vou estar lá – disse-me ele – e se o choque for demasiado violento, tenho tudo à mão que possa ser preciso, como valeriana, éter, etc.
     Caminhei por um longo corredor, acompanhada pelo doutor e por Mme. Kharine, depois subimos as escadas até ao primeiro andar e paramos em frente de uma porta.
     - É este o quarto – disse o doutor em voz baixa.
     Estava consciente do ritmo frenético do meu coração. Tirei o meu chapéu com o longo véu crepe para não as assustar e abri a porta rapidamente. No quarto à minha frente vi as minhas queridas filhas a quem teria de contar sobre o terrível golpe. Teria dado a minha vida para poupá-las. Ao ouvirem-me entrar, elas levantaram as cabeças e agarraram-se a mim com exclamações de alegria:
     - Mamã, querida mamã! – Depois, após um momento ou dois, a Irina perguntou:
     - E o papá? Onde está o papá? Por que é que ele não está aqui?
     A tremer dos pés à cabeça contra a porta, eu respondi:
     - O papá está doente, muito doente.
    A Natália desfez-se em lágrimas. A Irina, alerta, e branca até aos lábios, os seus olhos a arder como carvão, gritou:
     - O papá está “morto”!
     - O papá está morto – repeti em voz baixa, enquanto as duas se moldavam nos meus braços.
     Passei duas semanas terríveis com as minhas pobres meninas. Não tive coragem de lhes dizer que o pai delas, tão bom, tão generoso, tão leal, tão nobre de coração, tinha desfalecido como a vítima de assassinos infames. Disse-lhes que ele tinha morrido de doença, sem agonia, sem dor.
*
    
     Irina (a filha mais velha da Princesa) recordou mais tarde um passeio que tinha dado no jardim com o seu pai e a sua irmã mais nova em que o Grão-duque lhes explicou o que o seu casamento com a mãe de ambas tinha significado para ele:
     “Ele falou conosco prolongadamente sobre tudo o que devia à nossa mãe, tudo o que ela lhe tinha trazido que ele nunca tinha conhecido anteriormente, e sobre tudo o que ela significava para ele. Ele falou enquanto caminhávamos, o que o ajudou a ultrapassar a sua personalidade reservada e a sua intensa timidez. Será que na altura ele já pressentia que não lhe restava muito tempo de vida? Sinto-me tentada a acreditar que sim e que ele nos estava a pedir para tomar conta da nossa mãe quando ele já não pudesse estar com ela”.
 
Souvenirs de Russie, Plon, Paris, 1923
*
 
     Após o assassinato de seu marido, a Princesa decidiu fugir o quanto antes da Rússia em companhia de suas duas filhas, mantendo a esperança de que seu filho único ainda estivesse com vida. Graças à ajuda de um soldado do Exército Branco, partiram secretamente de Petrogrado e caminharam durante três dias e três noites sem outro veículo que suas próprias pernas, atravessando a superfície congelada do Lago Ladoga. Como o lago era vigiado à noite por potentes focos acionados pela Guarda Vermelha, o soldado e guia conseguiu ocultá-las sob lençóis brancos, para que não pudessem distinguir suas silhuetas em meio ao lago gelado.
     Depois de um périplo dramático, a princesa e suas duas filhas conseguiram chegar sãs e salvas em Helsinki. Em seguida, se dirigiram a Paris onde se instalaram definitivamente.
     A Princesa Olga Paley não poupou gastos e meios para ajudar os exilados russos que afluíam a Paris; em 1926, organizou uma festa beneficente com o fim de arrecadar fundos destinados ao sustento dos que escaparam da Rússia e das crianças russas exiladas em Paris (1927).

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vandalismo lá, vandalismo cá... e Cristãos carbonizados!

     Almas resistentes, leiam as notícias abaixo e reflitam. Devemos ter a coragem dos jovens que defenderam a Catedral e jamais pactuar ou ficar indiferente diante de vandalismos como os cometidos nas notícias abaixo. Tenhamos presente que o mal e seus asseclas são mais astutos e dedicados do que os bons. Não sejamos tíbios e além da indignação tenhamos na alma o amor de reparação que a Santa Igreja e Maria Santíssima merecem. E quanto ao cristãos mortos, rezemos por suas almas e olhemos de frente o perigo que vai assomando no horizonte... 

Jovens protegem a catedral de Bariloche contra vandalismo de marcha feminista
2, novembro, 2011
 
    Arruaça, vandalismo, violência e pichações são a marca tradicional do Encontro Nacional de Mulheres que se realiza todos os anos na Argentina.
     Em 2011, nos dias 8, 9 e 10 de outubro, foi a vez da cidade de San Carlos de Bariloche sofrer as depredações que ocorrem com a marcha que finaliza o encontro feminista.
     A Comissão Organizadora solicitou que a marcha não passasse em frente à catedral, mas formalidades só possuem efeitos em pessoas civilizadas, e às 19h as manifestantes tomaram o rumo da igreja, no momento em que o Bispo local, Mons. Fernando Maletti, estava celebrando uma missa. As portas foram fechadas e várias pessoas se colocaram em frente à catedral para rezar o terço e impedir a depredação da igreja que, ainda assim, teve suas paredes laterais pichadas com frases como “Deus no” e outras de teor blasfemo referentes a Jesus Cristo, Nossa Senhora e a Igreja.  


 
Igreja de São Fidélis é atacada por vândalos
5/9/2011
 
     CAMPOS - A Igreja de São Fidélis de Sigmaringa, no município de São Fidélis, no Norte Fluminense, uma das mais importantes do interior do Estado, foi atacada por vândalos no último domingo - dia em que o novo bispo de Diocese de Campos, dom Roberto Paz, que assumiu há menos de um mês, celebraria sua primeira missa no templo.
     O padre daquela paróquia, Luiz Carlos Reis de Amorim, contou que a porta lateral da igreja foi arrombada e os invasores fizeram várias pichações com spray de tinta. A mais chocante, de acordo com ele, foi a pichação da imagem de Nossa Senhora, instalada no altar principal, que foi toda coberta de tinta.
     - Não temos qualquer pista de quem está por trás dessa agressão, mas o fato é que isso parece intolerância religiosa - disse o padre Luiz.
     A Igreja de São Fidélis de Sigmaringa tem 203 anos, foi construída por dois frades capuchinhos, que eram arquitetos, e segue o estilo dos templos de Roma. Quando a igreja fez 200 anos, o grupo MPE, do Rio de Janeiro, recuperou o prédio - foi a sua terceira grande reforma. A inauguração das obras, que marcaram o bicentenário da igreja, aconteceu em dezembro de 2009, com uma série de atividades, inclusive o lançamento de um livro contando a história dos dois frades que a construíram.
     A Polícia Civil de São Fidélis vai investigar o caso, embora até ontem o padre Luiz não tenha apresentado queixa na delegacia local. A preocupação do pároco é recuperar as imagens que foram pichadas. Ele anunciou que a igreja agora vai contar com um sistema de monitoramento por câmeras. Os equipamentos serão instaladas em partes internas e externas do prédio. Também não está descartada a possibilidade de cercá-lo, para reforçar o esquema de segurança.
     A Igreja de São Fidélis de Sigmaringa é a maior referência do município, que tem cerca de 40 mil habitantes. Foi a partir da construção do templo que a cidade nasceu. Os católicos estão revoltados com os atos de vandalismo
 
 
 
Cristãos queimados vivos por muçulmanos na Nigéria
 
     Cristãos queimados vivos por muçulmanos sunitas da Nigéria. Notícias como esta, que deveriam estampar a primeira página dos jornais, são solenemente ignoradas pela grande mídia.
     Assistam no youtube e leiam a integra da notícia no site da Infocontinental.
     Até quando os católicos apoiarão um ecumenismo que tem uma mão única? Nós cedemos, sorrimos... e eles nos matam! É o avanço célere da Cristofobia!