O vento da modernidade também soprou sobre Cotia provocando muitas
transformações... Mas... O que está aparecendo é o despertar de uma juventude que caminha em direção oposta ao legado da velha sociedade que chega ao seu fim. Quer dizer, [já se foi a época] dos adeptos de maio de 1968 [revolução studantil anárquica], e de sua ideologia relativista do "politicamente correto". De agora em diante, essa juventude quer escrever uma
nova História.


sábado, 30 de junho de 2012

Espelhos e “o Espelho”

     Na cultura grega antiga encontramos a figura mitológica de Narciso, rapaz frívolo que se apaixonou por seu próprio reflexo na água, julgou-se um deus, deitou-se junto à margem e definhou se contemplando. Ele se tornou o símbolo da vaidade e da insensibilidade, pois rejeitava todo afeto que não fosse dele mesmo.
     Provavelmente este mito indique que a superfície da água inspirou o fabrico do primeiro espelho. Entretanto, o espelho, do latim speculum, não foi e nem será sempre um simples acessório da vaidade, pois ele revela importantes princípios da Física, integra o funcionamento de máquinas e pode ser complemento de decoração.
     Os primeiros vestígios da existência de espelhos remontam ao quinto milênio a.C. Nos despojos da civilização Badariana, no Egito, junto ao Rio Nilo, foram encontrados espelhos de cobre usados pelo homem primitivo. Posteriormente foram construídos espelhos de prata, que é boa refletora. Mas este material escurece em contato com a atmosfera e precisa ser limpo e trabalhado com frequência. Além disso, ainda não refletiam a imagem com qualidade.
     Na Idade Média, o homem dominou as técnicas de fabricação de vidros; foram criados os vitrais magníficos que, atravessados pela luz, criavam uma explosão de cores. E o espelho se tornou mais nítido, pois em Veneza alguém teve a ideia de colar uma fina camada de metal num vidro, revelando as feições ou os objetos colocados diante dele. Esta chapa de metal fazia com que os raios refletissem pelo vidro projetando a imagem e não oxidava porque era protegida por este vidro. Portanto, Veneza foi a pátria dos artesãos que tinham a técnica da fabricação dos espelhos. Mas os espelhos eram muito caros e poucos podiam tê-los.
     No século XVII, Luis XIV construiu o esplêndido Castelo de Versailles. Desejando embelezá-lo com uma galeria de espelhos, designou um de seus ministros para convencer os artesãos venezianos a ajudá-lo neste projeto. E eis que surge a famosa Galeria dos Espelhos!
     Graças ao seu brilho, os espelhos foram considerados verdadeiras joias e podiam ser encontrados apenas nos castelos, significando, assim, um sinal de nobreza.
     Em 1835, o químico alemão Justus von Liebig descobriu o processo químico de formação de camadas metálicas de prata. E com a Revolução Industrial, a produção passou a ser feita em grande escala e os custos de aquisição diminuíram tornando o espelho um artigo popular no inicio do século XX.
     Os espelhos hoje também são usados para explorar questões sobre percepção e cognição em seres humanos e em outras espécies com capacidades neurológicas.
     Há milênios que o espelho fascina as pessoas. Ele é “como pedaços de sonhos, imagens extremamente reais e profundamente falsas, que revelam as verdades que talvez não se queira enxergar”.
     E neste século de um hedonismo exacerbado ele toma características assustadoras, pois ele reflete uma vaidade sem limites e um egoísmo profundamente enraizado. Os valores falsos tomam lugar dos verdadeiros, a beleza física é colocada acima dos valores morais e espirituais.
     Como Narciso, a Humanidade, apaixonada por sua “beleza”, está se considerando um “deus” que dita suas próprias normas, desprezando os princípios eternos revelados pelo Deus verdadeiro. E, contemplando-se inebriada, vai definhando a olhos vistos... Até que Nossa Senhora intervenha...
***
     Este blog passou a refletir sobre o espelho após uma conversa no Carmelo de Cotia, em que foram lembrados os textos de Santa Clara em que ela recomenda que se olhe dentro do espelho "todos os dias", "sem cessar".
     A nossa dúvida era: o que “ver” no espelho, já que ao olharmos vemos nossas próprias feições? O que Santa Clara vê no espelho não é ela mesma, mas sim o Sagrado Coração de Jesus, o Divino Espelho em que devemos refletir, isto é, meditar e imitar. É exatamente o que o mundo moderno não faz! É o que as pessoas não querem ver refletido no “seu espelho”, pois isto exige conversão, penitência, oração.
     Santa Clara lutou por mais de quarenta anos para responder fielmente à própria vocação e manter viva a proposta inicial. Peçamos a ela, neste último dia do mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, que como Nossa Senhora sejamos fieis a vontade de Deus.

Textos de Santa Clara sobre o espelho:
     "Jesus é o esplendor da glória eterna, o brilho da luz perpétua e o Espelho sem mancha. Olhe dentro desse Espelho todos os dias, esposa de Jesus Cristo e espelhe nEle o seu rosto, para enfeitar-se toda, interior e exteriormente. Preste atenção no princípio do Espelho: a pobreza daquele que foi posto no presépio! No meio do Espelho considere a humildade, a bem-aventurada pobreza, as fadigas e as penas que suportou pela redenção do gênero humano. E no fim do Espelho, contemple a caridade inefável com que quis padecer no lenho da cruz e nela morrer a morte mais vergonhosa". (carta 1253)
     “Olha neste Espelho todos os dias, ó rainha, esposa de Jesus Cristo, e espelha nEle, sem cessar, tua face, para assim te adornares toda, tanto interna quanto externamente, vestida e cercada de belezas, vestida também com as flores e o manto de todas as virtudes, como convém, filha e esposa caríssima do Rei Supremo. Neste Espelho, porém, refulge a sagrada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade, tal como poderás contemplar por todo o Espelho com a graça de Deus”.

Galeria dos Espelhos, Castelo de Versailles

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Reflexões sobre um Jubileu

    O Reino Unido esteve em festa nos dias 2 a 5 de junho pp. com a celebração do jubileu de diamante da Rainha Elizabeth II. Aos 86 anos de vida, a rainha completa 60 anos de reinado em 2012. Ela foi coroada alguns meses depois da morte do seu pai, George VI. Ela é a rainha que teve o segundo reinado mais longo da história, depois da rainha Vitória que governou por 63 anos.
     Soberana em 16 países, Elizabeth II comemora o seu Jubileu de Diamante em grande estilo e com a popularidade em alta. A rainha que não parecia destinada ao trono ao nascer tem um dos reinados mais longos da atualidade, conheceu as principais personalidades da segunda metade do século XX para cá e possui uma das coleções de joias mais valiosas do planeta.
     Eliizabeth II conviveu com diversos líderes mundiais e viu o seu país entrar e sair de conflitos militares, assim como sofrer atentados, mas conseguiu provar sua capacidade de adaptação da monarquia diante de tantas situações.
     "Na Inglaterra, o tempo estava feio, com chuva. Mas a festa foi linda de qualquer jeito". "Os súditos levaram guarda-chuva, capa, chapéu. Todo mundo ficou encharcado e feliz, cantando e agitando bandeiras. Mais de um milhão de pessoas ocuparam as duas margens do Rio Tâmisa".
     Estas frases indicam como os festejos foram empolgantes, como as multidões estavam ávidas daquele aparato e como as pessoas amam uma hierarquia carregada de tradições.
-.-.-
Têm os símbolos, a pompa e a riqueza uma função na vida humana?
     É verdade que o cerimonial monárquico inglês é anacrônico e deve ser plebeizado?
     Quis a Providência que houvesse na natureza os materiais belos e preciosos com os quais o engenho humano, retamente movido por um anelo de beleza e perfeição, produz as jóias, os veludos, as sedas, tudo enfim que serve para o ornamento do homem e da vida.
     Imaginar uma ordem de coisas - qualquer que seja a forma de governo, aliás - em que tudo isto fosse proscrito como mau, seria rejeitar dons preciosos concedidos para a perfeição moral da humanidade.
     De outro lado, Deus deu ao homem a possibilidade de exprimir por gestos, ritos, formas protocolares, a alta noção que tem de sua própria nobreza, ou da sublimidade das funções de governo espiritual ou temporal que por vezes é chamado a exercer. Daí, além do luxo, a pompa como elemento natural da vida de um povo culto.
     Esses recursos decorativos foram feitos para adornar a tradição, o poder legítimo, os valores sociais autênticos, e não para serem o privilégio de arrivistas e nouveaux-riches que estadeiam sua opulência — para o que nada os preparou — em boates, cassinos, ou hotéis suntuosos. E muito menos para serem trancados nos museus como incompatíveis com a simplicidade funcional e a sisudez lúgubre de um ambiente mais ou menos sovietizado.
     Assim entendidos, esses elementos decorativos têm essencialmente uma admirável função cultural, didática e prática, da maior importância para o bem comum.
* * *
     Num balcão, a Rainha, o Duque de Edimburgo e seus dois filhos se apresentam aos aplausos da multidão. Séculos de gosto, finura, poder e riqueza prepararam pacientemente essas joias magníficas, essa indumentária nobre, essa perfeita estilização de atitudes e expressões fisionômicas.
     Considerando as conveniências do corpo, é bem possível que a Rainha achasse mais cômodo nessa hora estar de peignoir e chinelos fazendo tricô, o Duque preferisse estar numa piscina, e as crianças rolando num gramado. Mas eles compreendem que essas coisas só se fazem em particular. Elas podem ser boas, por exemplo, para um pastor fazê-las diante de seu rebanho de irracionais; não porém para um chefe de Estado se impor ao respeito de um povo inteligente. A animais se tange fazendo uso de um bordão e dando capim. Para homens, são necessárias convicções, princípios, e em consequência símbolos em que tudo isto se exprima.
     Quando a Família Real assoma assim ao balcão, ela simboliza a doutrina da origem divina do poder, a grandeza de sua nação, o valor da inteligência, do gosto, da cultura inglesa. As multidões aplaudem. Do mundo inteiro, vêm pessoas desejosas de contemplar esta manifestação de grandeza da Inglaterra. E, ao terminar, todos se dispersam dizendo: "que grande instituição, que grande cultura, que grande país".
* * *
     Admirável, legítimo, profundo poder dos símbolos! Só o nega quem não tem inteligência para compreendê-lo. Ou quem quer destruir as altas realidades que estes símbolos exprimem. E ai do país em que — qualquer que seja a forma de governo, repetimos — a opinião pública se deixa transviar por demagogos vulgares, endeusando a trivialidade e simpatizando só com o que é banal, inexpressivo, comum.

Plínio Corrêa de Oliveira - Catolicismo Nº 82, Outubro de 1957 - Excertos de Ambientes, Costumes, Civilizações.

sábado, 16 de junho de 2012

Sobre o Ambientalismo

Você sabia que:

     Segundo estudo da Embrapa ilustrado no mapa ao lado, dos 8,5 milhões de km2 do território brasileiro, apenas 2,1 milhões são utilizados por áreas urbanas e industriais, estruturas viárias e exploração agropecuária, silvícola e extrativa em geral. Isto representa apenas 25% do território nacional.
     Está nos desígnios de Deus que os recursos naturais estão aí para serem racionalmente explorados. As Sagradas Escrituras afirmam no Gênesis: “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto, que dê semente; ser-vos-ão para mantimento” (Gênesis, 1, 27-29).
     O território brasileiro não é um jardim botânico nem um jardim zoológico. Precisa ser desenvolvido e sabiamente explorado, compatibilizando o desenvolvimento da agropecuário com a preservação do meio ambiente. 

Falso dilema: Agropecuária X meio-ambiente 

Você sabia que …
… O Brasil é um dos países ecologicamente mais bem preservados do mundo e que mantém ainda 69% de sua vegetação natural e 28,3% das florestas originais do planeta.
… O Brasil possui a maior área protegida do mundo. Entre parques, reservas e terras indígenas, as áreas protegidas ocupam hoje 30% do território nacional, quando a média mundial é de 10%.
O mundo emitiu 31,5 bilhões de toneladas de gás de origem fóssil em 2008. A China respondeu por 21% das emissões mundiais (6,5 bilhões de toneladas), seguida pelos EUA (19%), Rússia (5,5%), Índia (4,8%) e Japão (3,9%). Esses cinco países somam 53,4% das emissões planetárias. E o Brasil – quinto maior país do mundo – emitiu apenas 1,4%.
… A agricultura exerce um papel gigantesco na preservação ambiental. Ela é capaz de apresentar soluções para conservação da água e da biodiversidade. Além de alimentos e fibras, ela garante uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. 47,3% da energia brasileira provêm de fontes renováveis (cana-de-açúcar, hidrelétricas, lenha, biodiesel, etc.), em comparação com a média mundial de 18,6%.
… A produção de grãos aumentou 273% no Brasil enquanto a área plantada cresceu apenas 27%, (entre 1976 e 2010). Em um mesmo hectare o agricultor produz, em média, duas vezes e meia mais milho, trigo, arroz, soja e feijão.
Em 1970, um agricultor brasileiro produzia alimentos para 73 pessoas, e, em 2010, o número saltou para 155 pessoas.
(...)  Leia mais em

Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria

O mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.  Como o Imaculado Coração de Maria jamais se separa do Coração de seu Filho, também o comemoramos neste mês. E é o tema do que segue:

     O movimento universal de Consagração ao Sagrado Coração de Jesus complementou-se, no século XX, com o movimento de Consagração ao Imaculado Coração de Maria pedido por Nossa Senhora em Fátima.
     As aparições de Fátima foram precedidas pelas do Anjo de Portugal, que disse em 1916: “Os Corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz das vossas súplicas”.
     E ainda, mais tarde, “Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia”.
     A bem-aventurada Jacinta, no seu leito de morte, disse à Lúcia: “Tu cá ficas para dizer que Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. O Coração de Jesus quer que, a seu lado, se venere o Coração de Maria”.
     Muitos outros paralelismos entre as duas devoções mostram a sua íntima vinculação: as nove primeiras sextas-feiras e os cinco primeiros sábados; o espírito reparador que anima as duas devoções; o movimento de Consagração da Humanidade ao Sagrado Coração de Jesus feito por Leão XIII e o pedido de Consagração da Rússia ao Imaculado Coração feito por Nossa Senhora em Fátima; e por fim a promessa do triunfo final: “Eu reinarei”, repetia continuamente o Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria, e “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”, disse Nossa Senhora em Fátima.
Encíclica Aurietis Aquas 

Notícia abaixo causa repulsa e horror... Até que ponto chegarão aqueles que zombam das coisas sagradas? Não colocamos imagens pois não merecem espaço em nosso blog.

Artista plástica faz releitura polêmica de Virgem Maria
     Uma artista francesa chamada Soasig Chamaillard criou algumas esculturas um tanto quanto duvidosas. O intuito do trabalho era apenas criar releituras de Virgem Maria, dando um ar contemporâneo às imagens sagradas, mas acabou gerando uma ENORME polêmica!
     Para muitos, a arte, apesar de criativa, é um grande insulto aos religiosos. Porém, Chamaillard afirma que não fez as estatuetas com a intenção de ofender ninguém. "Através da imagem da Virgem Santa, falo principalmente das mulheres da sociedade contemporânea", esclareceu. É uma releitura mais ousada que a outra! Tem a Virgem Maria na versão Hello Kitty, na versão Power Rangers, etc. E outra inspirada na "Saga Crepúsculo"!
Fonte: Yahoo
     É uma blasfêmia! Que Nossa Senhora esmague tais aberrações com seus pés imaculados!

domingo, 10 de junho de 2012

RIO: Menos 20

     Neste mês de junho, vai acontecer no Rio de Janeiro, a Rio + 20, uma Conferência das Nações Unidas para tratar do desenvolvimento sustentável no mundo. Este evento acontece 20 anos após a Eco 92, você se lembra dela?
      Na ocasião da Eco 92, o professor Plinio Corrêa de Oliveira fez algumas observações que de tão atuais, nem parecem que se passaram 20 anos.
      "A reunião de chefes de Estado foi um primeiro passo para a constituição de uma autoridade ecológica mundial, sob a qual todas as nações se apagariam para ir formando um só magma universal".
      E disso, resultaria o pior dos pesadelos, segundo Plinio Corrêa de Oliveira:
     "Nas reuniões das ONGs pairava a concepção de que todas as religiões se equivalem. Ser católico, budista, bramanista, adorador do sol, tudo é a mesma coisa. É o ecumenismo mais radical, numerosas vezes condenado pela Santa Sé".
      Com estas preocupações em mente, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira vai promover no dia 21 de junho, o painel:
 
RioMENOS20
DENÚNCIA: O que os jornais não irão publicar sobre a Rio+20
Mitos e verdades sobre o desenvolvimento sustentável

     Os painelistas serão:
- Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança:
Denúncia, análise e crítica às resoluções ambientais impostas no Brasil, violando nossa soberania.

- José Carlos Sepulveda da Fonseca:
Analista Político do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, falará sobre o que acreditam e planejam os que apoiam a Rio+20.

- Jornalista Nelson Barreto:
As consequências do novo Código Florestal Brasileiro, a verdadeira ameaça ambiental que paira sobre o Brasil.

Convide pessoas que tenham interesse pelo tema.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Festa Junina e tradições

     De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial. Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses: da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas (quadrille, em francês); a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos; da Península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.
     Estes elementos culturais com o passar do tempo foram se misturando aos aspectos culturais dos brasileiros nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
     O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio.
                                                                       +
     Neste início de junho, lembranças, quais lindas borboletas, adejaram minha memória. Um casal bem caboclo aproximou-se e, me tomando pela mão, levou-me para perto de um Mastro de Santo Antônio, erguido para ser o ponto central dos louvores de seus devotos.
     Ouço atenta e emocionada as Ave-marias que se sucedem, respeitosas e um tanto monótonas, e, olhando ao redor, vejo rostos compenetrados e reverentes. Mais adiante, a mesa farta e colorida atrai os olhares curiosos e gulosos das crianças. Bandeirinhas tremulam ao sopro do vento de inverno; uma fogueira crepita alegremente e enche de luz e calor o ambiente.
     Ah, a Festa de Santo Antônio preparada por Dona Maria e ‘Seu’ Benedito! Que saudades!
     Velhos e crianças, jovens e não tão jovens, participam dela todo ano. As mãos prendadas da dona da casa fazem - com o esmero e o capricho de quem tem muito afeto para dar - doces e salgados quase tão especiais quanto Santo Antônio.
     A fogueira enorme me atrai enormemente. Como eu gosto de olhar essas chamas intensas! Bailando, as fagulhas sobem, sobem, e se apagam no ar quente. Elas nos fazem entender como são fátuas as luzes das glórias humanas. A luz intensa se reflete nos rostos dando-lhes um brilho incomum, fazendo-nos admirar qualidades antes não vislumbradas.
     Em certas regiões do Brasil, era costume naquela noite dois amigos saltarem a fogueira e, a partir de então, passavam a tratar-se de "compadre". A amizade entre os dois "compadres" chegava a ser mais forte que os laços de família. Pena que tal costume perdeu-se nos novos tempos...
     Os foguetes pipocam no ar e assustam as crianças menores que se encolhem junto à saia da mãe. Maravilhosamente coloridas as luzes invadem o profundo céu de inverno, semeando flores e estrelas de fogo. Os olhares enlevados acompanham aquela explosão de pompa.
     Alguém mais hábil no manejo de instrumento musical ensaia uma “modinha” no acordeão. Logo as pessoas mais extrovertidas o acompanham. “Cai, cai balão; cai, cai, balão! Aqui na minha mão”; “Capelinha de melão é de São João...” As vozes tímidas de início vão aumentando num crescendo animado, enquanto os fogos abrilhantam a cena.
     A tão aguardada hora da degustação dos quitutes da anfitriã finalmente chegou! Pamonha, cural, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho, arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bom-bocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, batata doce... Ufa! Não sei quantas coisas deliciosas ainda posso aguentar... O quentão cheiroso é sorvido com temperança.
     O acordeão continua a tocar; algumas pessoas começam a dançar a quadrilha. Os pares executam diversas manobras obedecendo à voz do mestre de cerimônias. Mas eu já não ouço as singelas harmonias. As luzes da fogueira e dos foguetes atraem totalmente minha atenção e me trazem tantas outras lembranças!...
     O toque insistente do telefone fez-me voltar à realidade. Fechei a gaveta das minhas memórias e abri o arquivo real dos meus documentos. Era preciso atender ao chamado e, depois, reiniciar no computador os trabalhos interrompidos por lembranças de um passado que, infelizmente, não volta.
     Mas, será que não volta mesmo?! Ele vive e viverá sempre no mais íntimo das almas daqueles que têm alma. Por uns momentos aquelas recordações criaram vida e me deram vida. Se as festas juninas de hoje não são como as que eu vivi, é porque o mundo cada vez menos valoriza os pequenos detalhes e as grandes amizades. Tenho certeza de que todo o esplendor que eu via naquela festa singela não era de todo real, mas sim reflexo de algo que estava implícito. O afeto, a alegria sincera e inocente, o prazer de juntos comemorar algo, enfim, o convívio harmonioso, eram fatores que davam às luzes, à música, ao calor da fogueira um resplendor maior do que eles tinham em si mesmos.
     Um dia as recordações mais nobres e belas ganharão vida e um mundo novo há de surgir. Não mais dançaremos uma quadrilha desordenada e sem graça. Uma melodia muito especial, vinda de corações sinceros e retos, ecoará nos quatros cantos da terra. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Nova moral e nova religião universal são bases de um novo Império Romano persecutório

     No dia 23 de maio o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promoveu mais um importante evento na capital paulista. O palestrante, Mons. Juan Carlos Sanahuja, veio da Argentina para alertar ao público brasileiro sobre a ameaça da nova religião universal imposta pela ONU.
     Dr. Plinio Xavier da Silveira abriu da conferência, em nome do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira,  e o Cel. Paes de Lira fez a apresentação do palestrante e do tema com a leitura do prefácio que escreveu para o livro de Mons. Sanahuja, lançado no evento: Poder global e religião universal.
     O sacerdote argentino denunciou uma importante arma da guerra psicológica para a implantação de uma nova moral: a “revolução semântica”, que visa a confundir e embaralhar o significado das palavras, utilizando certos termos conhecidos, mas dando a eles um sentido diverso do original para assim induzir suas vítimas a uma baldeação ideológica inadvertida (Cfr. Baldeação ideológica inadvertida e diálogo, de Plinio Corrêa de Oliveira).
     A palavra família, por exemplo, tão simpática a todos, embora conste em documentos da ONU, é entendida no vocabulário revolucionário não como uma instituição constituída entre um homem e uma mulher e seus respectivos filhos, mas como qualquer coabitação entre duas pessoas, mesmo sendo ambas do mesmo sexo, para relações sexuais.
     A revolução semântica, mostra Mons. Sanahuja, é uma verdadeira invasão das consciências. O “novo poder global” pretendido pela ONU visa a imposição de uma nova moral ao mundo inteiro. A aceitação da prática homossexual, do aborto, da anticoncepção e dos assim chamados direitos sexuais e reprodutivos são temas sensíveis e indiscutíveis para a nova moral.
     “O novo poder global precisa de uma religião universal”, afirmou Mons. Sanahuja apontando que a conferência Millennium World Peace Summit of Religious and Spiritual Leaders [Cúpula do Milênio de Líderes Religiosos e Espirituais  pela Paz Mundial], ocorrida em Nova Iorque, em agosto de 2.000, realizada pela ONU, se manifestou contra as religiões “dogmáticas”, como portadoras do “fundamentalismo”.
     Segundo dados apresentados pelo conferencista, em reunião internacional preparatória para o Cairo+10 em 2004, intitulada “Direitos Sexuais e Reprodutivos, cultura e religião”, organizada pelo Fundo de Populações das Nações Unidas e pelo governo holandês, afirmava que foi “vital” intervir recursos humanos e fundos para “convencer aos líderes religiosos a democratizar seu discurso em matéria de direitos sexuais e reprodutivos”.
     Um exemplo que chocou a todos foi o ocorrido com a Caritas Internacional que adotou esses objetivos da FPNU “como se não houvesse uma conduta católica multi-secular para ajudar os mais necessitados”, disse Mons. Sanahuja. Para ele, Caritas, organismo da Santa Sé, adotou essa posição através da secretaria-geral do órgão, Lesley-Anne Knight, uma “teóloga” da libertação, que tomou posse do cargo por imposição das Caritas de países ricos.
     Na Argentina, exemplo citado pelo conferencista, as farmácias da Caritas distribuem anticonceptivos. Tal situação levou a Santa Sé, no dia 27 de abril, a determinar seu direito de veto na escolha dos indicados para os cargos administrativos e recentemente outra pessoa tomou posse da secretaria-geral.
     No final, Mons. Sanahuja respondeu a perguntas e coube ao príncipe Dom Bertrand as palavras de encerramento, lembrando que o Brasil vai mar alto nessa Revolução para extinguir a verdadeira religião e os princípios católicos. Exemplificou com o Estatuto da Diversidade Sexual, que entre outras coisas pretende que o SUS pague as cirurgias de mudança de sexo, oferecendo tratamento hormonal com este fim para jovens... desde os 14 anos!
     O Príncipe Imperial exortou todos a seguirem as palavras de Santo Antônio Maria Claret: A Dios rogando y con el mazo dando, o que, em tradução livre, significaria: “A Deus rezando, e com o tacape dando”. Segundo D. Bertrand, devemos rezar e envidar todos os esforços legais e pacíficos para impedir a imposição dessa nova religião atéia e ditatorial, que pretende colocar a Lei de Deus e a civilização cristã de cabeça para baixo.


Assista abaixo ao pronunciamento do Príncipe Dom Bertrand de Orléans e Bragança sobre a conjuração anticristã. Em menos de dez minutos, trata da decadência da Cristandade, a tentativa de destruí-la e o dever dos católicos: “A Dios rogando y con el mazo dando”. O príncipe falou ao final da conferência de Mons. Sanahuja sobre o tema ONU X Cristianismo (assista a trechos da conferência clicando aqui).