The Miami Herald, 2 de março de 2012
Ativistas cubanos instaram o papa a reconsidar sua planejada visita
By Juan O. Tamayo
Aproximadamente 750 dissidentes cubanos assinaram uma carta ao Papa Bento XVI advertindo-o de que sua planejada visita a Cuba “enviará aos opressores uma mensagem dizendo que eles podem continuar” a maltratar os oponentes católicos, relataram os dissidents quinta-feira.
“Nós ficaríamos felizes em recebê-lo em nosso país se a mensagem de fé, amor e esperança que vós podeis trazer para nos servisse também para fazer parar a repressão contra aqueles que desejam ir a igreja”, diz a carta.
Ela não sugere diretamente que o pontífice cancele a visita planejada para 26-28 de março a Havana e Santiago de Cuba, mas acrescenta “possa a Santíssima Trindade iluminar vossa mente para fazerdes a decisão correta.
A carta foi a última palavra dos dissidents cubanos que estão preocupados com a possibilidade da visita do pontífice legitimar o governo de Raul Castro e fazer pouco ou nada para restaurar os direito humanos na ilha comunista.
Uma coluna da popular blogueira Yoani Sánchez publicada quinta-feira no jornal espanhol El País observa que enquanto os cubanos receberam entusiasticamente a visita do Papa João Paulo II em 1998, hoje “uma dose de cepticismo nacional conspira contra qualquer entusiasmo”.
A dissidente de Havana, Martha Beatriz Roque, disse que a ideia da carta surgiu algumas semanas atrás entre os ativistas, alguns católicos outros não, de vários grupos que se conhecem e falam com frequência sobre os problemas da ilha.
Roque enviou a carta por email para contatos no exterior com uma lista de 749 nomes de pessoas que a assinaram e o número de seus respectivos cartões de identidade. Ela disse que havia pedido uma entrevista com o representante diplomático do Vaticano em Havana, Mons. Bruno Musaro, no mês passado, para entregar a carta, mas não recebeu resposta.
A carta diz que se as perseguições contra os católicos aumentaram após o anúncio da visita papal, a presença de Bento XVI em Cuba “seria como que uma mensagem aos opressores que eles podem continuar a fazer tudo o que eles quiserem, que a Igreja vai permitir”.
Ela também enfatiza que o governo alega que os dissidentes vão a igreja somente “para provocar e engajar em politicagem” e acrescenta que pessoas não oficiais têm repetido esta linha. “Que Deus não tome isto contra eles”, acrescenta.
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