O vento da modernidade também soprou sobre Cotia provocando muitas
transformações... Mas... O que está aparecendo é o despertar de uma juventude que caminha em direção oposta ao legado da velha sociedade que chega ao seu fim. Quer dizer, [já se foi a época] dos adeptos de maio de 1968 [revolução studantil anárquica], e de sua ideologia relativista do "politicamente correto". De agora em diante, essa juventude quer escrever uma
nova História.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A verdadeira santidade é força de alma e não moleza sentimental

     No dia em que a Santa Igreja, e em especial o Carmelo de Cotia e todos os Carmelos do mundo, celebram a festa de Santa Teresinha do Menino Jesus, prestamos nós também uma homenagem a esta pequena grande Santa, que nos apresentou a "pequena via", uma forma inédita de atingirmos a santidade. Santa Teresinha de Lisieux, rogai por nós!


A verdadeira santidade é força de alma e não moleza sentimental

     A Igreja ensina que a verdadeira e plena santidade é o heroísmo da virtude. A honra dos altares não é concedida às almas hipersensíveis, fracas, que fogem dos pensamentos profundos, do sofrimento pungente, da luta, da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo enfim.
     Lembrada da palavra de seu Divino Fundador, "o Reino dos Céus é dos violentos", a Igreja só canoniza os que em vida combateram autenticamente o bom combate, arrancando o próprio olho ou cortando o próprio pé quando causava escândalo, e sacrificando tudo para seguir tão somente a Nosso Senhor Jesus Cristo. Na realidade, a santificação implica no maior dos heroísmos, pois supõe não só a resolução firme e séria de sacrificar a vida se preciso for, para conservar a fidelidade a Jesus Cristo, mas ainda a de viver na terra uma existência prolongada, se tal aprouver a Deus, renunciando a todo o momento ao que se tem de mais caro, para se apegar tão somente à vontade divina.
     Certa iconografia, infelizmente muito em uso, apresenta os Santos sob um aspecto bem diverso: criaturas moles, sentimentais, sem personalidade nem força de caráter, incapazes de ideias sérias, sólidas, coerentes, almas levadas apenas por suas emoções, e, pois, totalmente inadequadas para as grandes lutas que a vida terrena traz sempre consigo.
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     A figura de Santa Terezinha do Menino Jesus foi especialmente deformada pela má iconografia. Rosas, sorrisos, sentimentalismo inconsistente, vida suave, despreocupada, ossos de açúcar cândi e sangue de mel, eis a ideia que nos dão da grande, da incomparável Santinha.
     Como tudo isto difere do espírito vasto e profundo como o firmamento, rutilante e ardente como o sol, e entretanto tão humilde, tão filial, com que se toma contato quando se lê a "Histoire d'une Ame".
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     Nossos dois clichês apresentam por assim dizer duas "Terezinhas" diversas e até opostas uma à outra. A primeira nada tem de heroico: é a Terezinha insignificante, superficial, almiscarada, da iconografia romântica e sentimental. A segunda é a Terezinha autêntica, fotografada a 7 de junho de 1897, pouco antes de sua morte, que ocorreu a 30 de setembro do mesmo ano. A fisionomia está marcada pela paz profunda das grandes e irrevogáveis renúncias. Os traços têm uma nitidez, uma força, uma harmonia que só as almas de uma lógica de ferro possuem. O olhar fala de dores tremendas, experimentadas no que a alma tem de mais recôndito, mas ao mesmo tempo deixa ver o fogo, o alento de um coração heroico, resolvido a ir por diante custe o que custar.
     Contemplando esta fisionomia forte e profunda, como só a graça de Deus pode tornar a alma humana, pensa-se em outra Face: a do Santo Sudário de Turim, que nenhum homem poderia imaginar, e talvez nenhum ouse descrever. Entre a Face do Senhor Morto, que é de uma paz, uma força, uma profundidade e uma dor que as palavras humanas não conseguem exprimir, e a face de Santa Terezinha, há uma semelhança imponderável, mas imensamente real. E o que há de estranhável em que a Santa Face tenha imprimido algo de Si no rosto e na alma daquela que em religião se chamou precisamente Tereza do Menino Jesus e da Sagrada Face?
 
Catolicismo Nº 30 - Junho de 1953 - Ambientes, Costumes, Civilizações

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