Embora hoje em dia a batata seja amplamente
utilizada em toda a Europa – a média de consumo de batata na Alemanha é cerca
de 70 kg por pessoa/ano – nos seus primeiros anos no Velho Continente a batata teve
que se esforçar para ser aceita. Na França, trigo e pão eram produzidos em
grande quantidade e a humilde batata era desprezada.
Antoine-Augustin
de Parmentier (1737-1813), um eminente físico que desejava introduzir a batata
na dieta alimentar francesa, decidiu que a melhor maneira de acabar com o
preconceito era recrutar os bons ofícios do Rei Luís XVI e da Rainha Maria
Antonieta. Se eles tornassem a batata algo de bom gosto, o resto da sociedade
os seguiria; e eles conseguiram.
Muitas histórias são contadas. Uma delas
diz que Parmentier deu ao casal real algumas flores de batata quando eles
estavam caminhando nos jardins de Versailles. A Rainha colocou algumas pequenas
flores em seu cabelo. O Rei pôs uma na sua lapela. Os nobres e as damas por sua
vez fizeram o mesmo e o incidente tornou-se tema de conversas por toda a
França.
Outra história conta como o Rei deu a
Parmentier algumas terras para o plantio de batatas. Muros foram colocados e
uma guarda instituída para proteger o jardim. O ar de mistério aguçou a curiosidade
do povo, e após oferecerem suborno aos guardas, estes permitiram que as batatas
fossem desenterradas. Tudo isso fez com que o povo olhasse a humilde batata sob
um novo prisma.
Todos esses esforços foram recompensados e
a batata foi consagrada como boa na cozinha francesa em 1785. Naquele ano, a
fome atingiu o nordeste da França, mas os pobres conseguiram sobreviver graças
à desprezada batata. A morte de muitos devido à fome foi evitada.
Flor da batata |
Como Frederico o Grande da Prússia, e
outros, Luís XVI compreendeu o potencial da batata como alimento básico que
podia fazer toda diferença quando a colheita de trigo fosse colocada em perigo
por doenças ou mau tempo.
Este discernimento, este alcance da
natureza e do potencial de remédios para os problemas sociais, e a promoção
desses remédios para a sociedade como um todo, é algo que os reis e os nobres
fizeram através dos séculos. É uma parte inerente à missão da nobreza estar
sempre vigilante para encontrar caminhos que protejam e antecipem o bem comum
da sociedade.
Na Espanha, as primeiras batatas foram
plantadas no jardim do Mosteiro de Sevilha por Santa Teresa de Jesus.
Apreciando as qualidades da batata para o restabelecimento de doenças, ela as
dava para as enfermas.
Menina descascando batatas, por Albert Anker |
Receita: Croquete de Batata de Luís XVI
Serve 6
pessoas
Ingredientes:
900 g de batatas
2 colheres de
sopa de manteiga
¼ colher de
chá de pimenta branca
¼ colher de
chá de noz-moscada
½ xícara de
queijo parmesão ralado
1 colher de
chá de salsinha
½ a 1 colher
de chá de sal
2 ovos
Farinha de
trigo
Pão esfarelado
Modo de Fazer:
Descasque as batatas, corte-as
em quatro pedaços, coloque-as em água salgada quando esta ferver. Quando as
batatas estiveram cozidas, escorra-as e amasse-as com manteiga na mesma panela,
com o fogo baixo.
Quando o purê parecer compacto e
macio, tire do fogo e acrescente sal, a pimenta branca, a noz-moscada, o queijo
ralado e depois uma gema de ovo. Misture tudo muito bem.
Quando a mistura tiver esfriado,
faça bolas criando os croquetes. Passe cada bola primeiro na farinha de trigo,
depois no ovo e finalmente no pão esfarelado.
Frite os croquetes em óleo
quente, virando-os com frequência até que eles estejam dourados. Não os frite
em grande quantidade de óleo; é melhor numa frigideira.
Sirva quente com salsinha
fresca, se desejar.
Nota: Esta
receita foi tirada do livro “Tacuinum dè Eccellentissimi”, by Alex Revelli
Sorini e Susanna Cutini website:
Fonte: Nobility.Stories@gmail.com
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