O vento da modernidade também soprou sobre Cotia provocando muitas
transformações... Mas... O que está aparecendo é o despertar de uma juventude que caminha em direção oposta ao legado da velha sociedade que chega ao seu fim. Quer dizer, [já se foi a época] dos adeptos de maio de 1968 [revolução studantil anárquica], e de sua ideologia relativista do "politicamente correto". De agora em diante, essa juventude quer escrever uma
nova História.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Jovem troca discurso de formatura por Pai-Nosso, apesar de proibição nos EUA

    
     O estudante Roy Costner foi escolhido para orador na cerimônia de formatura da escola secundária Liberty, na Carolina do Sul. 
Ele foi aclamado pelos presentes quando decidiu substituir a mensagem que havia redigido pelo Pai-Nosso. Ele entendia enviar assim uma resposta às autoridades educativas do condado (distrito) de sua cidade, que proibiram as orações nessas cerimônias, segundo noticiou a agência ACIPrensa.
     O público ficou emocionado quando o jovem rasgou o discurso já pronto e aprovado oficialmente pela diretoria da escola. Logo a seguir afirmou desde o estrado que agradecia a seus pais por tê-lo educado na Fé desde criança.
     “Acredito que a maioria de vocês vai me entender quando eu digo [faz uma pausa] Pai nosso que estais no Céu, santificado seja o vosso nome” – começou Roy, enquanto o auditório prorrompia em palmas.
     Roy Costner concluiu a recitação da oração que Jesus nos ensinou: “Não nos deixeis cair na tentação, mas livrai-nos do mal”, acrescentado “porque vosso é o Reino, vosso o poder e a glória pelos séculos dos séculos. Amém”.
     O estudante agiu em protesto pela decisão do Distrito Escolar do Condado de Pickens de não permitir orações nas cerimônias de formatura. As autoridades educativas baixaram essa proibição atendendo a pedidos cristianofóbicos de ateus da cidade.
     O porta-voz do Distrito Escolar, John Eby, respondeu que não serão adotadas medidas disciplinarias contra Roy.
     “Não vamos punir os estudantes por expressar sua fé religiosa. Agora ele é um graduado, não podemos fazer mais nada, ainda que quiséssemos”, esclareceu.
     Um dos vídeos da cerimônia superou 45 mil visualizações no YouTube no mesmo dia e foi retransmitido até pela televisão Fox. No domingo, as visualizações no Youtube superavam o milhão.
     Segundo amigos e familiares, Roy é um rapaz muito corajoso que fez o que deveria fazer no momento certo.
     A Cristianofobia só avançará se encontrar diante de si apenas poltrões. 
 
 
 
 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Noticias (boas) que a grande midia não publica

1 notícia ruim, 3 boas, 1 bem sintomática, e a orquestra macabra da agenda homossexual
5/junho/2013                                                                                     Alberto Távora

     Começo pela ruim: ontem a Câmara dos Lordes na Inglaterra votou a favor do “casamento” homossexual. (The Telegraph, 4/6/13) Estranho, não? Brasil, França, Inglaterra... tudo ao mesmo tempo!
     As três boas:
     1 – Após o Congresso francês ter aprovado o “casamento” homossexual, passando por cima da opinião pública, as reações aumentaram ao contrário das expectativas, o que pode ser um sinal de derrota para o governo socialista a curto ou médio prazo, e – queira Deus! – de uma possível reversão da lei.
     Sintoma claro disso é o fato de 15 mil prefeitos terem se negado a celebrar tais “casamentos” em suas jurisdições, inviabilizando a aplicação da “lei Toubira”. No dia 3/6, houve nova manifestação multitudinária contra o ensino da ideologia de gênero nas escolas francesas.
     2 – Há três dias o Ministério da Saúde havia lançado em um de seus sites e nas redes sociais uma campanha cujo nome diz tudo “Eu sou feliz sendo prostituta”. Tal foi a quantidade de protestos, que ontem o ministro Padilha mandou tirar do ar a propaganda e exonerou o diretor do “Departamento de DST”, prometendo - alguém acredita? – que enquanto for ministro não autorizará o relançamento da campanha (OESP, 5/6/13). Parabéns a quem protestou. Mas fiquemos atentos: quem lança uma campanha assim, o que estará fazendo com a “saúde pública” no Brasil?
     3 – Ontem o Congresso Nacional ouviu a voz pacífica, mas enérgica da “6ª Marcha contra o Aborto”. O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira se alegra de ter estado presente. Hoje está programado um protesto contra a agenda homossexual.
     A última notícia: Senado vai acelerar tramitação de projeto que criminaliza homofobia (FSP, 4/6/13) O presidente da Casa, Renan Calheiros, disse o seguinte: “O processo legislativo caminha mais facilmente pelo acordo, pelo consenso, pelo entendimento. Quando isso não acontece, tem que submeter à votação, à apreciação. É o que vai acontecer em relação ao projeto da homofobia”.
     Tradução: já que a opinião pública pressiona os deputados e senadores a votarem contra a lei, e não conseguimos passá-la pelas vias “democráticas”, usaremos todos os artifícios e conchavos possíveis para forçar sua aprovação. A mesma música da França e da Inglaterra...
     Repito: quem é ou quem são os maestros dessa orquestra, de que o presidente do Senado brasileiro, alguns parlamentares ingleses e franceses são apenas humildes violinistas?
     Para calar esse concerto macabro definitivamente, seria necessário um coro uníssono de altos e baixos eclesiásticos do mundo inteiro, unido a uma reação coesa e inteligente do público. A reação está nascendo de cá, de lá e de acolá. E o coro, onde está?
* * *
Nossa Senhora e a velhinha pecadora

     Lê-se na vida de sóror Catarina de S. Agostinho que havia, no lugar onde morava esta serva de Deus, uma mulher chamada Maria.
     A infeliz levara uma vida de pecados durante a mocidade. E já envelhecida, de tal modo obstinara-se na sua perversidade, que fora expulsa pelos habitantes da cidade, e obrigada a viver numa gruta abandonada. Aí morreu finalmente, sem os sacramentos e sem a assistência de ninguém.
     Sepultaram-na no campo como um bruto qualquer. Sóror Catarina costumava recomendar a Deus com grande devoção as almas de todos os falecidos. Mas, ao saber da terrível morte da pobre velha, não cuidou de rezar por ela, pensando, como os outros, que já estivesse condenada.
     Eis que, passados quatro anos, em certo dia se lhe apresentou diante uma alma do purgatório, que lhe dizia:
     – Sóror Catarina, que triste sorte a minha! Tu encomendas a Deus as almas de todos os que morrem e só da minha alma não tens tido compaixão?
     – Mas quem és tu? – disse a serva de Deus.
     – Eu sou, – respondeu ela – aquela pobre Maria que morreu na gruta.
     – E como te salvaste? – replicou sóror Catarina.
     – Sim, eu me salvei por misericórdia da Virgem Maria.
     – E como?
     – Quando eu me vi próxima à morte estando justamente tão cheia de pecados e desamparada de todos, me voltei para a Mãe de Deus e lhe disse: Senhora, vós sois o refúgio dos desamparados. Aqui estou neste estado abandonada por todos. Vós sois a minha única esperança, só vós me podeis valer; tende piedade de mim. Então a Santíssima Virgem obteve-me a graça de eu poder fazer um ato de contrição; depois morri e fui salva. Além disso, esta minha Rainha alcançou-me a graça de ser abreviada minha pena por sofrimentos mais intensos, porém menos demorados. Só necessito de algumas missas para me livrar mais depressa do purgatório. Rogo-te que as faças celebrar. Em troca, prometo-te pedir a Deus e à Santíssima Virgem por ti.
     Sóror Catarina logo fez celebrar as missas. Depois de poucos dias lhe tornou a aparecer aquela alma mais resplandecente do que o sol e lhe disse:
     – Agora vou para o paraíso cantar as misericórdias do Senhor e rogar por ti. 
Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria
Extraído do blog Escrito dos santos

segunda-feira, 3 de junho de 2013

ESTARÁ COMEÇANDO A CONTRA-REVOLUÇÃO FRANCESA?

Tradução de extratos do artigo: Raphael de la Trinité
POR QUE A MÍDIA BRASILEIRA NÃO DÁ O DEVIDO DESTAQUE A ISSO?
"PATRULHAS IDEOLÓGICAS" CENSURAM COMENTÁRIOS E “FOTOS INDESEJÁVEIS"
 
Foto fantástica da Rua Rennes completamente tomada pelos manifestantes. VIVA A FRANÇA CATÓLICA! (26/5/2013)
     “Os socialistas alcançam a vitória... mas saem derrotados. O apoio ao governo socialista despenca de forma assustadora” (em abril, só 25% do eleitorado dão apoio a Hollande)
     Acontece na França um fenômeno de opinião pública novo, que marcará história. Desta vez, os números não dizem respeito à conjuntura econômica. Correspondem a um fenômeno de opinião inédito e extraordinário, que atinge profundamente os espíritos e se espalha por toda a França.
     É um estado de resistência ativa em face dos ataques revolucionários, e se destaca por quatro pontos, que até aqui não se conheciam:  
1. O movimento tem raízes ideológico-religiosas.
2. É impulsionado por jovens, por casais e por celibatários, tanto homens quanto mulheres.
3. A estratégia do movimento é inovadora e percuciente.
4. Esse movimento tem um caráter irreversível. 
 

Eloquente matéria de capa de “Le Point” (18/4/2013): Estará nascendo uma Contra-Revolução Francesa, de amplitude semelhante e sentido oposto ao da exaurida Revolução de 1789?
     Enquanto os parlamentares de esquerda festejavam a aprovação do chamado "matrimônio" homossexual, gritando freneticamente: "igualdade, igualdade!", com aplausos cadenciados, um grupo de jovens, postados nas galerias da Assembléia Nacional Francesa interrompeu o "carnaval" da esquerda, hasteando uma bandeira branca com a palavra "Referendo".
     Nisso, o presidente da Assembléia, o socialista Claude Bartolone, fora de si, ordenou aos gritos: "TIREM DAQUI À FORÇA ESSES INIMIGOS DA DEMOCRACIA [SIC!]. ESSES NÃO TÊM DIREITO DE ESTAR AQUI!"[1]
     Quer dizer que a "democracia" só vale... para os que estão de acordo com o socialismo! Dessa concepção nasceu o "Comitê de Salvação Pública", Robespierre e o Terror na Revolução Francesa.
***
     Na grande frente anti-socialista, a presença católica é determinante.
     O site "Boulevard Voltaire" (cujo nome não deixa margem a duvidas) descreve o perfil dos manifestantes: "Esses resistentes são...Católicos! ...Eles estão começando a compreender que o liberalismo, que enlouqueceu, está fracassado [...]. Trata-se de famílias e, sobretudo, de jovens, que "saíram às ruas para dizer 'basta!' aos destruidores da sociedade[2]".
     Outro site acrescenta: são pessoas "de alto nível espiritual e dogmático, seguros de sua fé e do sangue de 1500 anos que corre em suas veias, e como franceses, conscientes do que representa essa herança[3] [católica]".
     Como não poderia deixar de ser, lamentavelmente, "La Croix", órgão do episcopado francês (que, mais uma vez, tomou uma posição ambígua e concessiva em relação ao assunto), mostra-se alarmado com a polarização política no país. E explica que, para a esquerda, "retroceder é impossível, pois seria renegar a si mesma", acrescentando que o vigor da resistência dos católicos faz surgir "o risco" de uma "guerra civil". Noutros termos, faz de tudo para acalar a voz dos verdadeiros católicos[4].
     O conhecido analista Ivan Rioufol comenta o extraordinário fenômeno da opinião pública francesa que sai de sua apatia e conclama à luta:
     "A esquerda mal acredita no que vê. Acha-se atingida no seu ponto mais sensível! De fato, não conseguiu prever a nova indignação popular. Justamente a esquerda, que tanto procurou lisonjear a juventude, descobre agora, estupefata, a multidão dos indignados que lhe viram as costas: milhares de jovens desafiam o poder estabelecido, rechaçando o seu projeto de 'matrimônio' e de adoção para os homossexuais [...]. Por outro lado, a esquerda não compreende nada a respeito do que se passa. Insiste em ver os manifestantes 'extremistas', 'fanáticos', 'exaltados', 'homofóbicos' [...]".
     Essa grosseira "satanização" ignora o essencial: isso que está aparecendo é o despertar de uma juventude... que caminha em direção oposta ao legado da velha sociedade que chega ao seu fim. Quer dizer, [já se foi a época] dos adeptos de maio de 1968 [revolução estudantil anárquica], e de sua ideologia relativista do "politicamente correto".
     Desse legado revolucionário, tais jovens "recusam tudo, começando por recusar o desprezo à família, à nação, à cultura. Faz vários anos que as pesquisas de opinião pública apontaram esse novo perfil da juventude, que se inscreve numa reação a 40 anos de sucessivos desastres ideológicos. De agora em diante, essa juventude quer escrever uma nova História"[5]. 
 
 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Se quisermos a paz, obtenhamos a volta de DEUS

sábado, 4 de maio de 2013
 
     O noticiário tem sido pródigo em notícias de violência, enquanto as estatísticas mostram como, apesar de inúmeras providências para contê-la, ela continua a crescer.
     Uma das tentativas para diminuir a violência seria através da redução da maioridade penal, porquanto os menores de 18 anos, exatamente por sua impunidade, têm sido usados via "controle remoto" pelos criminosos maiores.
     Nada mais evidente: usar elementos impunes para praticar crimes que acabam não dando em nada... para os assassinos. Assim, a máquina do crime atua com resultado e sem perda de pessoas.
     O que causa perplexidade é o prefeito de São Paulo mostrar-se contra a diminuição da maioridade penal, numa atitude de evidente moleza face à criminalidade praticada por menores. Se fosse só moleza, e não ideologia, pois, para a esquerda petista, é a sociedade atual que é criminosa, enquanto os bandidos são vítimas dela!
     Na mesma linha está a CNBB, também contrária à redução da maioridade penal.
     A "dobradinha" PT-CNBB vem funcionando de modo muito afinado. A ponto de todos saberem que a ascensão do PT ao poder no Brasil e de Haddad na prefeitura de São Paulo foi obra da esquerda católica; isso é um fato.
     Estamos vivendo numa sociedade que, por suas características sociais, psicológicas e materiais, engendra constantemente o crime. Basta considerar que este é o tema que dá Ibope às "novelas" mais assistidas da TV, o noticiário policial que se transformou num seriado intérmino.
     Doa a quem doer, a verdade é que Deus foi expulso da sociedade ao serem abandonados os Seus Mandamentos.
     Se a correção moral e religiosa do povo não for considerada com coragem, a criminalidade não vai parar nem diminuir, mas continuará a crescer até sair totalmente do controle das autoridades, causando o inimaginável.
     A responsabilidade maior por essa correção a tem o clero, que recebeu de Nosso Senhor o mandato de santificar as almas. E, em consequência, a omissão, o desacerto ou o abandono desse aspecto tornará grande parte dele responsável pela situação.
     Por mais que o governo se proponha aumentar o policiamento e torná-lo mais eficaz, não será suficiente se as almas não começarem uma regeneração por dentro, o que só se dará com um clero que realmente seja santo e cumpra a sua missão espiritual, repito, de santificar as almas.
     Aí nossa sociedade será constituída por autênticos amigos de Deus, que O trarão de volta, pois a paz de Cristo só se estabelece onde Ele é efetivamente Rei.
 

sábado, 11 de maio de 2013

A Mãe segundo São Gregório de Nazianzo

    


A Beata Gisela, Rainha da Hungria, com seu filho Santo Américo
    
    
     Minha mãe – escreve ele – era filha de uma raça de santos, mas excedeu em muito a santidade dos seus avós. Era indulgente e modesta, sabendo, porém, desenvolver em certas circunstâncias uma força e energia de alma superior à coragem dos homens.
     Bem que fosse de sangue e estirpe nobre, o maior título de nobreza, a seus olhos, era o seu título de cristã e filha de Deus. Era mui bela, mas desprezava o falso brilho da vaidade e, deixando às atrizes e comediantes os adornos artificiais, para si mesma não procurava mais do que um simples crucifixo ou imagem divina que, aliás, já tinha gravado no coração.
     Os exercícios de piedade, a que se entregava com fiel vigilância, não a impediam de se ocupar dos serviços da casa e o admirável é que, quando desempenhava os seus deveres domésticos, parecia não cogitar no serviço de Deus, como também quando se absorvia em seus exercícios religiosos, se poderia supor que esquecia todos os encargos do lar; tanto é certo que essas duas ocupações, na aparência opostas, se confundiam sempre em sua consciência calma, serena e vigilante.
     "A virtude – escreve Mons. Trochu – passa facilmente do coração das mães ao coração dos filhos". "Educado por uma mãe cristã, corajosa e forte –escreveu o Padre Lacordaire da sua mãe– a religião tinha passado do seu seio para mim, como um leite virgem e sem amargura".

 
 
 

domingo, 5 de maio de 2013

Padre é excomungado por ser herege e não por defender homossexuais

     As notícias sobre a excomunhão do hoje ex-“padre Beto”, da diocese de Bauru-SP, servem para mostrar como o mal se desenvolve por etapas. Ele aparece de início em atitudes, afirmações ou posições tênues e aparentemente inofensivas, mas aos poucos destrói por dentro o bem e faz isso de modo que quase ninguém tome consciência do tamanho do estrago que ele produzirá quando chegar ao extremo.
     Talvez poucos católicos tenham se dado conta do que fez “Padre” Beto. Aparentemente um simples e ardoroso sacerdote que busca viver e anunciar o bem ao próximo. Na realidade, um homem que desobedeceu a Santa Igreja de Cristo, um herege. Um homem que acredita que a Igreja é apenas uma instituição secular que deve se preocupar antes de tudo e apenas com os problemas deste mundo.
     E os católicos sabem muito bem que NÃO é isso que Nosso Senhor ensinou, muito pelo contrário.
     A preocupação deve ser com a vida eterna, já que este mundo é apenas uma passagem para ela. Foi o que Nosso Senhor ensinou ao recomendar: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas (os bens materiais) vos serão dadas por acréscimo”. (S. Mateus, 6,33)
     Ademais, Roberto Francisco Daniel, declarou a respeito de sua excomunhão: “Eu me sinto honrado em pertencer à lista de muitas pessoas humanas que foram assassinadas e queimadas vivas por pensarem e buscarem o conhecimento. Agradeço à Diocese de Bauru”, afirmou.
     Sentiu-se honrado em ser excomungado. Será que este homem um dia conheceu verdadeiramente o que é a Comunhão? Será que viveu e conheceu um dia a história da Igreja para saber que praticamente todo o conhecimento do Ocidente foi desenvolvido por padres e monges cientistas? 

Leia mais em: www.adf.org.br

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Papa Francisco e o teste cubano

 1 maio 2013
Armando Valladares (*)

     Francisco, o primeiro pontífice latino-americano, em seu recente discurso ao corpo diplomático destacou a pobreza física e a pobreza espiritual como dois grandes males do século XXI, e se compadeceu do “sofrimento” que suas vítimas enfrentam.
     Ao ler esse discurso papal sobre o flagelo da pobreza, não pude deixar de lembrar dos meus irmãos cubanos, pobres entre os mais pobres latino-americanos e caribenhos, vítimas de mais de 50 anos de comunismo.
     Evoquei tantos lances lamentáveis da diplomacia vaticana para Cuba comunista nas últimas décadas, que de uma maneira ou de outra favoreceram a continuidade da ditadura cubana.
     E me perguntei com legítima expectativa, enquanto católico cubano, qual será, durante este novo pontificado, a orientação da diplomacia vaticana para a pobre Cuba, a outrora “pérola das Antilhas”?
     Até o momento, não são muitos os elementos de que se dispõe para levantar uma hipótese sobre o que poderá ocorrer. Trata-se, sem dúvida, do teste cubano.
     A expectativa e até a ansiedade dos cubanos sobre os rumos da diplomacia vaticana para Cuba comunista se justifica, porque o drama da ilha-cárcere já se prolonga durante demasiado tempo.
     Depois da viagem de João Paulo II a Cuba, em 1997, o então arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, publicou o livro “Diálogos entre João Paulo II e Fidel Castro” (Ed. Ciudad Argentina, Buenos Aires, 1998), uma edição que parece estar esgotada, porém que na eventual reedição poderá dar luz sobre o pensamento de Francisco sobre o problema cubano.
     Diversos comentaristas lembraram o papel do arcebispo de Buenos Aires, cardeal Bergoglio, como presidente da comissão de redação do documento da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (CELAM), cujos membros se reuniram no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, Brasil, em 13 de maio de 2007.
     Francisco teria presenteado tal documento a mandatários recentemente recebidos em audiência pelo novo pontífice, como foi o caso da presidente argentina.
     Em maio de 2007, antes dessa reunião da CELAM, tive oportunidade de enviar “minha angustiada interrogação, enquanto católico cubano e ex-preso político nos cárceres comunistas durante 22 anos, a respeito de se esta reunião da CELAM abordará o drama dos católicos cubanos ou se, mais uma vez, optará pelo silêncio”.
     Também constatava que “o sofrimento espiritual do rebanho católico cubano em relação à atitude complacente dos pastores ante os lobos vermelhos é dilacerante”.
     E lembrava que durante a reunião do Encontro Nacional Eclesial Cubano (ENEC), o então arcebispo de Santiago de Cuba, monsenhor Pedro Meurice, reconheceu que no começo os fiéis católicos cubanos consideravam os eclesiásticos desse país como membros de “uma Igreja de mártires”, mas que depois, por essa atitude colaboracionista com a ditadura castrista, “dizem que somos uma Igreja de traidores”.
     Um resumo dessa mensagem aos participantes da CELAM foi divulgado pela Agência Católica de Informações (ACI): (“Ex-preso político pede que drama cubano não passe desapercebido na 5ª Conferência”, ACI, 06 de maio de 2007).
     Uma mensagem pública aos membros desse organismo, difundido pela imprensa e nas redes sociais, e entregue em mãos à boa parte dos altos eclesiásticos participantes e a seus assessores, no próprio local do evento, em Aparecida. Nessa mensagem, eu expressava
     Lamentavelmente, nessa oportunidade, o silêncio da CELAM sobre o tema cubano foi total.
     Dois meses depois, os diretores da CELAM partiram para Havana, para participar da 31ª assembleia ordinária da entidade eclesiástica.
     Apresentava-se outra oportunidade imperdível para que a CELAM rompesse com o muro do silêncio, da indiferença e da vergonha que asfixia meus irmãos cubanos, pobres entre os mais pobres, órfãos espirituais entre os mais órfãos, que sofrem na ilha-cárcere do Caribe.
     Antes de começar o encontro eclesiástico em Havana, autoridades da CELAM haviam recebido comoventes cartas, assim como pedidos de ajuda por parte de fiéis católicos, de mães e esposas de presos-políticos, sobre as generalizadas violações de direitos humanos e religiosos aos habitantes da ilha-cárcere.
     Depois do encontro eclesiástico houve, inclusive, uma reunião de duas horas e meia entre representantes da CELAM e representantes da ditadura cubana. Não obstante, monsenhor Emilio Aranguren, bispo da diocese cubana de Holguín, se apressou a esclarecer que nessa reunião simplesmente “nenhum desses temas foi posto na mesa”, porque se havia conversado unicamente “sobre os temas que eram verdadeiramente importantes para os bispos presentes”.
     No inferno cubano, a asfixia e o extermínio espiritual e físico do pobre rebanho, ao que parece não era um tema suficientemente importante. O bom pastor está disposto a dar a vida por suas ovelhas (Cf. São João, 10,10). O que dizer daqueles pastores que deixam suas ovelhas a mercê do lobo, parecendo ignorar o drama dos fiéis católicos cubanos, pobres entre os mais pobres, física e espiritualmente?
     Na “ostpolitik” eclesiástica para Cuba, até o momento foram vários os autores. Entre eles, a secretaria de Estado da Santa Sé, bispos católicos cubanos, cardeais e bispos católicos norte-americanos, e cardeais e bispos católicos latino-americanos. Dediquei ao tema dezenas de respeitosos e sinceros artigos, durante os últimos anos.
     Nesta ocasião, evoco esses dolorosos fatos eclesiásticos na angustiada, expectante e filial perspectiva de saber como será a orientação da diplomacia da Santa Sé, durante o prontificado de Francisco, com relação a Cuba. Trata-se do teste cubano. A atual conjuntura da Igreja, interna e externa, talvez seja uma das mais dramáticas de sua História. Que em relação ao futuro da ilha, a Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba, ilumine a mente, as decisões e os passos dos atuais e mais importantes protagonistas, especialmente, do novo pontífice.
_______________
(*) Armando Valladares, escritor, pintor e poeta. Passou 22 anos nos cárceres políticos de Cuba. É autor do best-seller “Contra toda esperança”, onde narra o horror das prisões castristas. Foi embaixador dos Estados Unidos ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU sob as administrações Reagan e Bush. Recebeu a Medalla Presidencial del Ciudadano e o Superior Award do Departamento de Estado. Escreveu inúmeros artigos sobre a colaboração eclesiástica com o comunismo cubano e sobre a “ostpolitik” vaticana para Cuba.
Dois artigos relacionados, escritos por Armando Valladares: Bento XVI, CELAM e “favela” cubana (30 de abril de 2007) CELAM em Cuba: “diálogo cordial” entre lobos e pastores (27 de julho de 2007).
Tradução: Graça Salgueiro
Extraído do blog O que está acontecendo na América Latina?